A obra de Bradbury descreve um governo totalitário,
num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura,
prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo.
Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de
TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história
de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função
nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à
leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos
que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo, ele
percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred.
Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a
autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a
sociedade e encontrar sua felicidade.
Comentário: Lembro bem do dia em que uma amiga me falou desse livro e o quanto o título me chamou atenção, principalmente quando ela explicou do que se tratava. Minha primeira história distópica foi com o livro ''Admirável Mundo Novo'' (HUXLEY Aldous, 1932) e, após isso, eu li apenas a série ''Divergente'' (livro que adorei, sim, pois a escrita é tranquila e juvenil, porém a história é bem interessante). Estava um dia desses passando perto de uma livraria e, quase sem tempo nenhum pra ler por causa da faculdade, logo pensei em comprar o Fahrenheit porque vi que a narrativa é fluida e o livro não é grande.
Comprei a edição de bolso da foto (eu amo edições normais, mas era a única que tinha e eu sou bem ansiosa) e comecei a ler na barca. Li na volta para casa, li em casa até dormir e, no dia seguinte, terminei a leitura.
A narrativa é mesmo bem corrida (me lembrou a narrativa do ''Fortaleza Digital'', do Dan Brown); é aquele tipo de história que não somente flui e você tem ansiedade pra ler, mas que ajuda o leitor devido ao fato de não ter muito bla bla bla, como quando se passam dias durante o enredo, por exemplo. É como se estivéssemos ouvindo alguém contar uma história rs
Pra quem ama livros (como nós) a leitura prende, além disso, por algumas frases referentes ao nosso vício literário e, muitas vezes, nos assustamos por conta das pessoas que, nesta futura sociedade, pouco se importam com eles. O que eu mais gostei é que a história indica que as pessoas não leem principalmente porque, no decorrer do tempo, passaram a deixar os livros de lado, não apenas porque são proibidas. Acredito que isso aproxime a situação do livro com o que vivemos na nossa sociedade, pois o próprio autor declarou que a intenção de mostrar como a televisão pode minimizar drasticamente o interesse pela leitura, assim como diminuir a quantidade de seres que formam pensamento crítico.
Eu gostei muito desse livro e eu poderia continuar escrevendo muita coisa: sobre como ele me deixou impressionada por ter sido escrito na década de 50 e fazer tanto sentido atualmente, sobre o amor do autor pelos livros e como tudo foi colocado dentro da história, sobre a personagem Clarisse, entre tantas outras coisas que, embora o livro seja curto, ele é capaz de despertar.